Solimar Silva
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Textos
Como dar conta de tanta coisa?
 
Algumas semanas atrás, um amigo me perguntou como dou conta de tanta coisa. Fiquei lisonjeada, pois, muitas vezes, passo por períodos em que minha sensação é de que não estou conseguindo fazer tanta coisa assim. Mas, para não perder a pose, quase respondi que consigo fazer muito porque sou mulher. Pelo menos é o que dizem por aí, que nós, mulheres somos mais propensas a sermos “multitarefas” que os homens. Pode ser também que isso seja apenas uma lenda. Afinal, os alguns homens podem argumentar que não adianta fazer várias coisas, é melhor fazer uma apenas de cada vez. E bem feita. Aí, entraríamos com o contra-argumento, dizendo que fazemos diversas tarefas, ao mesmo tempo e, claro, todas muito bem feitas. Não, talvez entrássemos em uma discussão infinita que não nos levaria a lugar algum. E ainda correríamos o risco de não sermos totalmente verdadeiros com essa discussão toda sobre ser mono ou multitarefa. Mas, fiquei pensando em como dou conta de fazer essas “tantas coisas” assim.

Duas coisas precisam ser esclarecidas primeiramente, no entanto.

Muitas vezes, será necessário focarmos em apenas uma tarefa por vez. Assim, toda a energia, tempo e concentração necessários poderão contribuir com a finalização da tarefa em tempo menor e com mais eficácia. Claro, isso não vale para o marido da minha amiga, a quem ela pediu que colocasse o frango no microondas para descongelar. Ele levou tão a sério essa tarefa que se concentrou totalmente nela. Depois de ligar o microondas, com a esposa fazendo mil e uma coisas ao mesmo tempo, ele sentou-se em frente ao aparelho para esperar a conclusão da tarefa. Obviamente, ela quase surtou. Mas, esse princípio vale para a conclusão de projetos, a escrita de um texto para publicar no blog, a organização de uma gaveta do armário por vez, entre outras atividades. Para essas, é bom bloquear um período de tempo e concentrar todas as suas forças e energias. Podem ser cinco minutos para organizar uma gaveta entulhada; quinze minutos para deixar a casa mais limpa; uma hora para encerrar um relatório; uma manhã para terminar a monografia ou escrever sua missão de vida.

Por outro lado, sim, acho que ser multitarefa em alguns momentos ajuda bastante. É o caso de lavar a louça enquanto converso ao telefone com uma amiga ou minha mãe; levar sempre livros ou revistas comigo para ler enquanto espero no consultório médico; escrever textos na minha caderneta enquanto espero vaga no estacionamento do trabalho ou no avião. Mas, não dá para ser multitarefa se você está brincando com seu filho. Ou você brinca e se diverte com a criança ou deixa para depois. Sair com os filhos e não desgrudar do celular não é ser multitarefa. É deixar a vida passar sem perceber.

Mas, afinal, como dou conta de tanta coisa, pelo menos segundo a visão do meu amigo? Para esta semana, separei quatro sugestões de como conseguir maior produtividade em seus afazeres:

1 – Planeje seu dia, sua semana, seu mês, sua vida.
Todos as noites, anote suas tarefas e pendências para o dia seguinte, preferencialmente listando-as ou enumerando-as em ordem de prioridade e alocando um horário para a sua execução. Semanalmente, planeje sua semana, incluindo não apenas as atividades rotineiras ou obrigatórias, mas aquelas relacionadas às suas metas principais. Antes do início de cada mês, com todos aqueles trinta dias todos disponíveis, planeje atividades de recreação, enriquecimento de seus relacionamentos, projetos de vida. Marque na agenda uma data, afinal, “um dia” não existe no calendário e você verá anos e anos indo embora sem você marcar aquela reunião com os amigos.

Passei anos sem escrever rotineiramente, até que me “obriguei” a escrever algum texto, pelo menos, semanalmente. E publicá-lo, como estou fazendo com este aqui. Determinei que todas as sextas preciso publicar um texto no meu site. E acho que estou indo razoavelmente bem.

2 – Liste todos os seus papéis e dedique tempo a eles.
Aprendi essa técnica no livro Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes. Quando comecei a ter a noção, por escrito, dos meus mais variados papéis, comecei a estar mais consciente sobre qual a importância de cada um e a pensar se o tempo despendido nesses papéis refletia essa relevância. Então, busco dividir meu tempo entre os meus papéis atuais, que incluem ser mãe, filha, esposa, dona de casa, professora, pesquisadora, aluna do doutorado, escritora, palestrante, amiga, membro de uma comunidade ou grupo religioso e, logicamente, indivíduo. Há períodos em que um papel merece atenção maior. Há papéis que não podem ser ignorados nunca. E vou fazendo esse malabarismo como um artista.

3 – Reveja suas prioridades.
A gente muda, ainda bem! Então, o que era prioridade em um momento, deixará de ser no outro. Em um momento eu estava fazendo uma segunda graduação, enquanto cursava também uma pós-graduação, ambas a distância, e me preparava para ingressar no doutorado. Quando passei para o doutorado, a graduação teve que ser deixada de lado, embora eu estivesse indo bem e já no terceiro período. Em outro momento da minha vida, deixei emprego e família e decidi ser missionária voluntária de tempo integral em outro país. Claro, ainda era solteira e sem filhos, deixemos claro. Já houve momentos em que precisei trabalhar mais de sessenta horas por semana. Enfim, separe um tempo para repensar as suas prioridades. Podemos fazer muita coisa, mas nunca dá para fazermos tudo.

4 – Durma
Preciso confessar, eu também sou daquelas pessoas que, quando parece que há uma infinidade de coisas para fazer e eu nem sei por onde começar, simplesmente vou tirar um cochilo. Vivemos em um ritmo frenético e, muitas vezes, nós nos sobrecarregamos, achando que todo mundo dá conta de tudo, menos nós. Durma sem culpa. Tire aquele cochilo merecido no meio da tarde. As coisas a fazer estarão ainda lá para serem feitas. E, mais descansados, podemos pensar melhor e dar conta das tarefas com mais clareza e ânimo. Só não pode virar rotina, porque aí já é preguiça mesmo. Mas, de vez em quando, faz um bem danado.

Então, com licença. Acho que agora vou tirar um cochilo.
Solimar Silva
Enviado por Solimar Silva em 08/05/2015
Alterado em 08/05/2020
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